Gosto destes textos

--> Texto 1:

">DIMINUTIVOS

Suamos diminutivos por todos os poros, é um exagero. Talvez seja resultado dos nossos brandos costumes, talvez, às vezes, de uma certa, embora ignorada, subserviência. Já o Melchior do Eça falava das enxergazinhas no chão. E depois, que lá pelos lençoizinhos respondia ele. «A gente apanhada sem um colchãozinho de lã, sem um lombozinho de vaca (...). Ele sempre é uma leguazita de mau caminho...).
Somos o Zé Povinho, para começar. Estamos malzinho, coitadinhos, ou estamos bonzinhos, acontece. Estamos também piorzinhos, melhorzinhos, obrigados, melhor, obrigadinhos. Começamos a trabalhar cedinho, voltamos para casa à tardinha, à noitinha conforme as estações. Às vezes está fresquinho, cai uma chuvinha fria, mas no Verão ainda há uma restiazinha de sol, um calorzinho bom, sabe bem caminhar devagarinho. Chegamos ao exagero de dizer que agorinha mesmo vamos sair, mas caludinha, não nos demoramos, vamos depressinha e então até loguinho. É pertinho onde vamos. É longinho às vezes. Não estamos nadinha preocupados com isto ou com aquilo. Mas então, nadinha.
Chegamos pois ao exagero dos advérbios, das conjunções e até das Interjeições em diminutivo — o que é um espanto para os estrangeiros que começam a aprender a nossa língua. Há, porém, limites que, talvez porque somos gente — ou gentinha — muito receosa do ridículo — daquilo que para nós é ridículo, naturalmente — por nada deste mundo ultrapassamos.
É-nos, por exemplo, impossível conhecer os nossos políticos por diminutivo. Ora isso é frequentíssimo no Novo Mundo. Os Irmãos Kennedy eram — são — conhecidos por Jack, Bob e Ted. Carter é Jimmy (Jaiminho).
Nós temos, porém, a nossa noção do ridículo e não podemos ultrapassá-la. Ela é uma das coisas mais duradouras e profundas que, tantas vezes sem o saber, herdámos, conservamos intacta e vamos deixar aos que ficam. Os nossos políticos podem pois estar tranquilos. Por mais que gostemos deles nunca lhes chamaremos Toninho nem Lourdinhas.
Maria Judite de Carvalho, in O Jornal, 31/10/1979.

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--> Texto 2:

APENAS A LINGUA PORTUGUESA NOS PERMITE FAZER ISSO!!!!!


Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor paulista, pintava portas, paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir. Posteriormente, partiu para Pirapora, pernoitando por perto. Prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém, pouco praticou, porque Padre Paulino pediu para pintar panelas. Posteriormente, pintou pratos para poder pagar promessas. Pálido, porém personalizado, preferiu partir. Pediu permissão para papai para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris.


Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos, porém, pesaroso. Percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam precipitar-se, principalmente pelo Pico, porque pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações. Pelos passos, percorriam permanentemente, possantes potrancas.


Pisando Paris, pediu permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo, Pedro Paulo, precaver-se. Profundas privações passou Pedro Paulo. Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal.. Povo previdente!


"Preciso partir para Portugal porque pretendem, pela primavera, pintar principais portos, painéis, personalidades, prestigiando patrícios", pensava Pedro Paulo.


- Paris! Paris! Proferiu Pedro Paulo.
- Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir.


Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém, Papai Procópio partira para Província. Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para Papai Procópio para prosseguir praticando pinturas. Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Passando pelo porto, penetrou pela pequena propriedade patriarcal pelo portão principal. Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu:


- Pediste permissão para praticar pintura, porém, pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Por que pintas porcarias?
- Papai, proferiu Pedro Paulo, pinto porque permitiste, porém, prefiro poder procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal.


Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar. Pegando pertences, partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão perfeita: pedreiro! Passando pela ponte, precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos. Passando pouco prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus. Posteriormente, partiram pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito. Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo.
Primeiramente, Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar pintores práticos. Particularmente, Pedro Paulo preferia pintar paredes, pisos, portas, portões, painéis. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas. Pobre Pedro Paulo, pereceu pintando....


'Permita-me poder parar. Pretendo pensar. Peço perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar... Para parar preciso pensar. Pensei. Portanto, pronto pararei'.

E você ainda se acha o máximo quando consegue dizer"o rato roeu a rica roupa do Rei de Roma????"